A decisão da equipe econômica do presidente Michel Temer de elevar o PIS/Cofins sobre combustíveis para ajudar a cobrir parte da frustração de receita nos cofres da União terá impacto de cerca de R$ 850 milhões por ano nos custos do transporte coletivo, de acordo com cálculos da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
“Quando anunciou o aumento sobre o diesel, o governo havia dito que o reajuste seria em torno de 7%. Mas, em média, o diesel dos ônibus está 10,6% mais caro”, disse o presidente do NTU, Otávio Cunha, ao blog Diário do Transporte. Em Salvador, segundo ele, a alta foi ainda mais expressiva, chegando a 16,78%.
Hoje, o diesel representa 23% do custo do transporte, em média, e é o segundo maior gasto para a operação do transporte coletivo, ficando abaixo apenas da folha de pagamento de pessoal.
A NTU enviou um pedido ao Ministério da Fazenda para reconsiderar o aumento e desonerar os serviços de transporte coletivo dessa alta. De acordo com Cunha, o pedido não é por isenção de PIS/Cofins, mas sim para que o transporte coletivo continue pagando nos valores anteriores. “É benefício para toda a sociedade porque o transporte público traz diversas vantagens, como redução do trânsito e da poluição”, argumentou.
Texto: Adamo Bazani, jornalista especializado em transporte e responsável pelo blog Diário do Transporte.
Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo