As Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana realizaram na quarta-feira (22) o Fórum Sistema de Transporte Coletivo. O evento na capital paranaense reuniu empresários, gestores municipais, representantes de montadoras e especialistas no tema com o objetivo de fazer um balanço dos últimos anos e apontar caminhos para tornar o transporte coletivo de Curitiba novamente referência mundial.
A abertura do evento foi feita pelo presidente do Setransp, o sindicato das empresas de ônibus, Mauricio Gulin. Em sua fala, ele disse que a assinatura do termo de ajuste de reequilíbrio do contrato de concessão e renovação de frota, entre as operadoras e a Urbs (Urbanização de Curitiba), abriu a perspectiva de modernização do sistema de transporte.
“Enfrentamos muitas dificuldades nos últimos anos. Agora é hora de retomar o tempo perdido. Precisamos melhorar a qualidade do nosso serviço e atrair de volta os nossos clientes, que são os passageiros de Curitiba e Região Metropolitana”, afirmou Gulin.
Em seguida, o diretor-executivo das empresas de ônibus, Luiz Alberto Lenz César, elencou as ações que serão buscadas no dia a dia, como o fortalecimento da prioridade do transporte coletivo sobre o transporte individual, o estudo de viabilidade de faixas exclusivas e a implantação de novas tecnologias. “Além disso, queremos encontrar novas receitas para que a tarifa do nosso cliente não seja a única fonte de custeio do sistema”, afirmou.
As empresas de ônibus urbano no Brasil apoiam a ideia da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) de criar a Cide Municipal. A proposta é que o transporte individual financie o transporte público. Seria uma contribuição sobre o preço da gasolina, etanol e gás natural veicular, pagos pelos donos de veículos particulares, cujos recursos iriam para um fundo com destinação exclusiva para custeio do transporte coletivo e barateamento da tarifa.
A terceira fala da tarde foi do presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto. Ele reforçou a ideia de que agora as empresas e o poder público vão atuar em conjunto em busca de soluções e melhorias para o transporte coletivo. “Vamos parar de apenas discutir problemas. Vamos olhar para a frente”, afirmou. Maia Neto mostrou, com números, os trabalhos desenvolvidos pela Urbs e disse que é necessário encontrar soluções para a falta de recursos, destacando que “as gratuidades trazem um custo grande ao sistema”.
Na sequência, o líder e sócio da EY, Luiz Claudio Campos, falou sobre a insegurança jurídica dos contratos de concessão pelo país, os desequilíbrios econômicos-financeiros sofridos pelas empresas de ônibus e suas consequências e as perspectivas para 2018. “Fico feliz de ver a volta do diálogo entre as empresas de ônibus e o poder público. Em conjunto é possível achar soluções”, disse ele.
O diretor técnico da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), André Dantas, começou sua fala abordando a situação atual da mobilidade urbana. Ele mostrou que a velocidade média dos ônibus caiu de 25 km/h, em 1999, para 15 km/h, em 2015, o que eleva os custos do sistema.
Além disso, ele também apontou que a demanda no país recuou de 390 milhões de passageiros, em 2013, para 319,3 milhões, em 2016, queda de 18%, pressionando a cobertura dos custos. “A crise é muito séria e precisa ser enfrentada com muito profissionalismo, para que o transporte público por ônibus seja viável”, disse Dantas.
As fabricantes de ônibus também tiveram espaço no evento. O diretor de vendas da Scania, Silvio Munhoz, falou sobre mobilidade urbana sustentável.
Ayrton Amaral, diretor de mobilidade urbana da Volvo, abordou a inovação para uma mobilidade inteligente.
O diretor nacional de vendas da MAN, Jorge Carrer, elencou soluções para o sistema de transporte.
Já o gerente nacional de vendas da Mercedes, Jefferson Silva, falou sobre como a empresa imagina o transporte do futuro.
Por fim, o presidente da Fepasc (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina), Felipe Gulin, discorreu sobre as ações realizadas pela entidade e os objetivos para o próximo ano.
O Fórum Sistema de Transporte Coletivo contou com o patrocínio das empresas Scania, Volvo, MAN, Mercedes, Raízen, Ecoverde Seguros, Incavel, Caio Induscar e Ivo Recap e dos apoiadores Taboo Eventos, Veper, Via Serviços, Eco-X e Transdata Smart.