Estudo revela agravamento da crise do transporte público

Prejuízo acumulado de R$ 14,2 bi e mais crescimento de paralisações e greves nos sistemas de transporte coletivo retratam o declínio contínuo desse serviço após 14 meses de pandemia.

Estudo revela agravamento da crise do transporte público
26/05/2021 |

O agravamento da situação de crise enfrentada pelos sistemas de transporte público por ônibus no Brasil nos últimos 14 meses resultou em um prejuízo de R$ 14,2 bilhões ao setor até o momento, sem que tenha sido adotada qualquer ajuda emergencial federal para o conjunto das empresas. O monitoramento, realizado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), traz dados sobre o impacto da pandemia no período de 16 março 2020 a 30 de abril de 2021. Destacam-se a interrupção da prestação dos serviços de 25 operadoras e 1 consórcio operacional e demissões de 76.757 trabalhadores. Observa-se também a insatisfação da população com a redução ou interrupção da oferta de transporte público.

“Esses dados confirmam o cenário de colapso que a NTU vem alertando há alguns meses ao poder público, em vão”, desabafa Otávio Cunha, presidente-executivo da NTU. E reforça que esse contexto evidencia ainda mais a necessidade de ação imediata para que os serviços de transporte público por ônibus sejam preservados. O presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp), Mauricio Gulin, aponta que esse levantamento coloca um ponto de interrogação quanto à operação de transporte coletivo após a pandemia. “Com menos da metade da demanda de antes, como o sistema vai parar em pé?”, questiona. Na capital paranaense, o número de passageiros, que era de 750 mil por dia útil, hoje gira em torno de 350 mil. “O sistema terá de ser completamente reestruturado”.

O estudo detalhado com os impactos da pandemia no setor de transporte público destaca também que, nesses 14 meses, 88 sistemas de transporte público por ônibus em todo o país foram atingidos por 238 movimentos grevistas, protestos e/ou manifestações que ocasionaram a interrupção da oferta de serviços em várias cidades. Na maioria dos casos, os protestos foram motivados pela falta de caixa nas empresas para o pagamento de salários e benefícios para os colaboradores, devido ao desequilíbrio econômico-financeiro causado pela forte queda na demanda de passageiros.

Quanto à suspensão da prestação do serviço, a pandemia também deixou um grave saldo negativo. No período avaliado, 13 operadoras e 1 consórcio suspenderam as atividades; duas operadoras, 1 consórcio operacional e 1 sistema BRT (do Rio de Janeiro) sofreram intervenção na operação; cinco operadoras encerraram as atividades; e quatro tiveram seus contratos suspensos.

“É muito importante destacar que, lamentavelmente, esse cenário só tende a piorar, enquanto o Poder Público nas três esferas de governo – federal, estadual e municipal – não atentar para as necessidades desse sistema. Há uma necessidade emergencial, de ajuda financeira imediata, e uma necessidade de longo prazo, de reestruturação total da forma de contratação e operação dos serviços, como já foi proposto ao Governo Federal. Essas mudanças são consenso entre todas as entidades do setor, especialistas e organizações da sociedade civil ligadas ao transporte público”, complementa o presidente da NTU. Ele enfatiza que, se nada for feito, o transporte público, em especial o ônibus coletivo urbano, não se sustentará por muito tempo e não sobreviverá após a pandemia, especialmente se for mantido o atual modelo de remuneração do serviço.

Acesse o estudo na íntegra clicando aqui.

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