Antigamente, quando as empresas de ônibus recebiam reclamações dos passageiros sobre a atuação de motoristas e cobradores, a primeira ação que tomavam era punir de alguma maneira o profissional. No entanto, isso tinha poucos resultados, e tal prática deixou há muito tempo de ser aplicada.
Qualificar os trabalhadores, em especial com melhorias no atendimento e relacionamento com o passageiro, tem se mostrado o caminho mais adequado para todas as partes: população, empresas, gestores públicos e profissionais.
Em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, o Grupo Leblon realizou na última semana um trabalho de capacitação diferenciado, voltado para motoristas e cobradores que foram alvos de algum tipo de reclamação dos passageiros desde o início deste ano.
Divididos em dois grupos, 33 profissionais participaram de uma palestra da empresa especializada em capacitação de pessoal Garbor in Company.
Atual, a abordagem fez paralelo entre o transporte público coletivo e a forma de atendimento de novos modelos de prestação de serviços, como a dos aplicativos de transporte.
“Foi um trabalho inovador. Não basta para o motorista dirigir bem e para o cobrador administrar corretamente o fluxo de caixa do veículo. É necessário ser um atendente da população. Saber se relacionar. Por isso, a palestra trouxe técnicas de atendimento aos públicos diferentes”, disse o técnico em segurança do trabalho do Grupo Leblon, Marcelo Candido de Oliveira.
Saber que o transporte coletivo reúne todos os tipos de públicos e, acima de tudo, lidar e entender que as diferenças fazem parte da sociedade são ações essenciais em atividades na quais o profissional se relaciona constantemente com a população.
O motorista e o cobrador podem ter suas convicções e crenças pessoais, mas, acima de tudo, devem ser profissionais para atender a todos indistintamente.
“O cliente, que é nosso passageiro, deve ser o centro de tudo. É bem verdade que há diferentes comportamentos entre quem está em um ônibus e em um terminal. Há sempre as pessoas mais educadas e gentis e outras que agem de forma mais ríspida. Mas cabe aos motoristas e aos cobradores serem profissionais no atendimento, exemplos de serviço ao público. Prestar serviço de transporte não é levar pessoas de um lado para o outro, mas é atender às necessidades do cidadão e contribuir para o desenvolvimento de uma região”, afirmou o coordenador do Grupo Leblon, Celso Vieira Adolfato.
Ele disse, ainda, que o Grupo Leblon desenvolve ações de amparo psicológico e espiritual para apoiar o funcionário em momentos de problemas pessoais que possam interferir no desempenho profissional e atendimento ao público.
Texto: Adamo Bazani, jornalista especializado em transporte.
Foto: Divulgação Leblon/Garbor.